Quando entrou pela primeira vez em campo, a equipa de arbitragem teve o tratamento habitual: uma assobiadela. Mas tudo o resto na presença do quarteto liderado por Fernando Idalécio Martins, um empregado fabril de 43 anos, foi incomum.
Por causa da recusa de João Ferreira em dirigir o encontro, no seguimento de críticas dos “leões” à arbitragem nacional e da solidariedade dos restantes árbitros de primeira e segunda categoria em relação à decisão do seu colega, poderia ter de se chegar ao limite de ter um adepto comum presente na bancada a apitar o encontro ou de ser um dos capitães de equipa a fazê-lo (Hugo ou João Pereira). Mas não foi preciso.
Nem foi necessário fazer, através da instalação sonora do Estádio Municipal de Aveiro, a pergunta mais esperada: “Há árbitros presentes?”. Tanto Sporting como Beira-Mar apresentaram equipas de arbitragem para zelar pelo cumprimento das regras.
Num primeiro momento, chegou a circular a informação de que seria aquela que viajou com o secretário-geral do Sporting, Eurico Gomes, a escolhida, mas Sérgio Cruz, árbitro de segunda categoria da Associação de Futebol de Setúbal, depois de passar uns anos em Angola, não teria a licença actualizada.
Na reunião, que começou uma hora antes do início agendado da partida, em que estiveram os dois clubes e os delegados da Liga chegou-se então a um consenso em relação à outra alternativa: Fernando Idalécio Martins, árbitro da primeira categoria distrital B da AF Aveiro, juntamente com os assistentes Fábio Silva e Nuno Simões e o 4.º árbitro Nuno Soares. De resto, houve vários árbitros da AF Aveiro que se mostraram disponíveis para apitar o encontro.
O jogo começou com alguns minutos de atraso, primeiro, porque era necessário que os árbitros fizessem aquecimento, e depois, porque o guarda-redes Rui Rego tinha um equipamento praticamente igual aos juízes.
Fernando Martins mostrou três cartões amarelos, todos a jogadores do Beira-Mar, e mereceu elogios de Domingos Paciência: “O árbitro teve a coragem de vir apitar. Tirando um lance em que me dá a sensação que Wolfswinkel é carregado pelas costas, esteve muito bem.”
No final, a Liga não permitiu que este árbitro, que já tinha apitado jogos da III Divisão mas que habitualmente dirige partidas do Distrital, falasse sobre a sua experiência.
In:Publico
Leitores acham a atitude do nosso colega correcta??? Será que com estas atitudes os árbitros conseguiram alguma vez ganhar uma causa??? Comentem de forma correcta e educada...
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