quarta-feira, 15 de julho de 2009

Como se chega longe com trabalho e dedicação

Com a época 2009/2010 quase a começar fomos falar com o Árbitro Assistente mais categorizado do Algarve, que neste momento actua no principal escalão do futebol Português.

João Pedro Gorgulho Aleixo de Matos Ferreira, nasceu a 20/11/1974 (34Anos), Natural de Setúbal e a sua profissão é estudante.

Quando iniciou a actividade e qual o seu percurso?

O curso de árbitro de futebol foi tirado no ano de 2002/2003, fiz nesse ano o ano de Árbitro Estagiário. Na Época seguinte estive na 2ª Categoria Distrital e em 2004/2005 na 1ª Categoria Distrital Escalão B. Na época de 2005/2006 inscrevi-me para ser observado como Árbitro Assistente, tendo sido indicado pela Associação de Futebol do Algarve para o referido Quadro Nacional. Em Junho de 2006 fiz as provas de acesso ao Quadro Nacional de Árbitros Assistentes de 2ª Categoria, tendo sido chamado já em Agosto após ter ficado em lugar suplente (no final da época obtive o 23º lugar). Em 2007/2008 terminei em 6º lugar, sendo promovido à 1ª Categoria Nacional. Na época 2008/2009 fiz a minha primeira época como Árbitro Assistente da 1ª Categoria Nacional ao serviço da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, tendo ficado em 43º lugar, Categoria essa na qual inicio esta Época.

O que o levou a ser árbitro?

Eu já arbitrava torneios de futsal entre cursos na Universidade do Algarve, e foi uma questão de dar o passo em frente. Gosto de ser imparcial, de julgar, e foi também uma “desculpa” para praticar actividade física.

Como se sentiu depois de ter conhecimento da manutenção na LPFP e que perspectivas tem para esta nova época que brevemente vai começar?

Senti que era o que esperava, dizendo-o com sinceridade. Não tinha noção do lugar em que iria ficar mas, sem ter tido qualquer nota negativa na época, o lógico seria ficar. Mas há sempre aquele receio, pois os jogos não têm todos a mesma ponderação de nota, e também o receio que uma surpresa ocorresse, mas felizmente não ocorreu. Sobre as perspectivas para a época que agora arranca só posso dizer o seguinte: uma etapa difícil foi ganha, a 2ª (talvez mais difícil) vem agora. Por vezes embandeiramos em arco, achamo-nos à vontade onde estamos, pensamos que já é fácil, e depois… acaba por correr mal. Tenho noção que é esse tipo de pensamento subconsciente que tenho que combater. Gostava de me manter, naturalmente, e que as contas finais (um somatório de cada final a cada fim-de-semana) sejam mais positivas que este ano, apesar de estar contente com o que alcancei.

Que sonhos alimenta ainda na arbitragem?

Nunca fui de ter sonhos na Arbitragem, nunca pensei chegar onde cheguei, nem tinha pensado o contrário. Comecei “tarde” na Arbitragem segundo algumas opiniões, sei que como Árbitro era uma idade muito avançada, mas a Arbitragem tem outros caminhos, como ser Árbitro Assistente. E porque não considerar a arbitragem distrital como um local para exercermos a nossa actividade e não apenas um local de nascença e passagem? Porque terá que ser uma vergonha entrar num pelado? Aliás, faço e continuarei sempre a arbitrar no distrital, não apenas por ter que o fazer, mas porque gosto de o fazer. Sobre futuro (se quiserem, sonhos), gosto de dizer sempre isto: fazer o melhor em cada jogo, desde um jogo na Liga Sagres até um jogo de Escolas B no Distrital, para que o jogo saia valorizado e a Arbitragem sirva o futebol da forma que é, uma ferramenta. No final das Épocas fazem-se as contas (classificações) e logo veremos o que iremos fazer a seguir…

O que acha que deveria ser feito para melhorar a arbitragem?
Sem dúvida que cada árbitro deve melhorar o seu “quintal” para o “bairro” sair mais apresentável. Cada um tem que dar o máximo em cada jogo, em cada teste escrito ou físico. Ter a noção da sua responsabilidade, ter a noção que cada jogo de crianças representa um sonho para essas mesmas crianças, e que uma displicência nossa pode levar a um grande número de prejuízos, de tristezas, de frustrações. Temos que ser mais exigentes connosco próprios, em todos os escalões, e sobre a Arbitragem Algarvia, tem que aproveitar os novos árbitros formados em Maio passado, guiando-os com rigor e motivação.

Desde já deixamos umas palavras ao nosso colega e amigo, muitas felicidades para a próxima época e que continuo a dignificar a arbitragem algarvia como o tem feito até aqui.

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