Em entrevista concedida ao blog ArbitragemAlgarvia, o presidente do CA da AFA Sr. António Coelho Matos descreve a Época de 2009/2010 e fala nos objectivos do Conselho de Arbitragem para a Época 2010/2011.
Agora que terminou mais época desportiva, que balanço faz da arbitragem algarvia?
Considero que o Conselho de Arbitragem da AFA todos os anos sofre pelas resoluções superiores, tendo vezes que apresenta resultados mais positivos, os quais são repartidos com os outros Conselhos, porquanto parece ser tema o agrado e desagrado alternadamente. Na presente época registamos a descida do nosso Árbitro Assistente João Ferreira, igualmente a descida do Bruno Brás. A descida da 2ªDivisão para a 3ª do nosso filiado Nuno Alvo, já o nosso Árbitro Paulo Filipe desceu aos Regionais. Entretanto vamos manter na Liga Profissional os mesmos 3 Observadores, são eles Andrelino Pena, Natálio Silva e Humberto Viegas. Mantemos na 2ªDivisão Nuno Almeida e Eugénio Arez, enquanto na 3ªDivisão mantemos Ivo Santos, José Albino, Nuno Filipe, Nuno Ferreira, Nuno Alvo[despromovido da 2ªDivisão] e Sérgio Piscarreta, este ultimo estreante nos Quadros Nacionais. No Futebol Feminino a nossa única representante Sílvia Domingos conquistou o 4ºlugar Nacional e vai continuar. No que diz respeito a Observadores vamos continuar com Artur Cadilho e Nelson Matos que subiu no fim desta época. Não comento as provas falhadas de Nuno Guerreiro e Ricardo Martins, porquanto um exame é uma prova que mexe muito com o estado psicológico dos examinados.
De qualquer forma penso que a situação é estável, e com algum esforço dos árbitros poderá melhorar.
Entretanto no que toca ao Sector de Futsal temos vindo a ter um Quadro Nacional bastante aceitável, resumindo: 4 Árbitros na 1ªCategoria(Hélder Carmo, Marco Correia[subiu esta época], Ruben Guerreiro e Rui Pinto; 3 Árbitros na 2ªCategoria(Cândido Jeremias, Luís Santos e Pedro Bernardino), na 3ªCategoria (Ivo Luz[subiu esta época], Luís Rosa e Pedro Cruz), já Observadores só contamos com o António Pincho.
Esta é uma realidade que não nos parece muito má, tendo em conta, entre os outros, o facto de estarmos muito longe da cúpula, onde teríamos outro acesso talvez, numa troca de impressões.
Quais foram, para si, as maiores conquistas que a Arbitragem Algarvia alcançou consigo enquanto presidente do C. A.?
É difícil saber-se o que verdadeiramente é uma conquista. Porquanto desde que hajam insatisfeitos. Aquilo que se julga ser uma causa para defesa da Arbitragem, não passará de uma tentativa não vingada. No entanto posso considerar alguns pontos.
A criação dos Quadros de Elite e 1ªDivisão A considero uma conquista, pois vem dar alguma verdade á qualidade da nossa Arbitragem, obrigando a um maior empenho de quem pretende seguir carreira;
A prestação da Comissão de Apoio Técnico tem sido bastante positiva na sua actuação juntos dos filiados;
Com algum rigor temos vindo a procurar orientação mais credível das prestações dos filiados para efeitos classificativos;
Os núcleos de Manuel Lopes e António Matos, tiveram a seu cargo a realização do Encontro de Árbitros Nacional em 2006, o que projectou o Algarve e a sua Arbitragem para o Panorama Nacional;
Igualmente acaba de se realizar o Encontro Nacional de Futsal, que mereceu largos elogios das Entidades presentes;
Organizámos os habituais Cursos de Formação de Árbitros, com a concretização de um sonho que vinha do meu primeiro mandato eleito pelos árbitros em 1988, tendo numa reunião na FPF lutado pela realização de um curso para jovens, como solução da crise existente na Arbitragem Nacional. Só em 2008 e com a anuência do Presidente da Liga(Conselho de Arbitragem) Sr. Vítor Pereira e o Presidente do Conselho de Arbitragem da FPF Sr. Carlos Esteves, perante a presença em reunião de todos os Conselhos do país, me foi dada a possibilidade de organizar tal curso. Este foi talvez o maior sonho da minha vida de conquista na Arbitragem do Algarve;
Assim na época 2008/2009 foi realizado o Curso para Árbitros Jovens a partir dos 12 anos, que teve 189 inscrições, tendo-se feito cerca de 50/60 exames, existindo alguma actividade de louvar, embora tenha surgido o problema da fiscalidade, que estraga toda a nossa estrutura. No entanto estamos na expectativa de criar a Escola de Árbitros, que resolverá esta situação. Ainda temos a promessa de alguns jovens fazerem exame á entrega de documentos para ultimar os processos de novos árbitros.
Esta será se já não é a melhor e maior conquista. Um Conselho que se preocupa com a Juventude que gosta de Arbitragem, quer de Futebol ou Futsal.
Como observa o crescimento da variante de futsal e quais as suas consequências na gestão da Arbitragem na AFA?
É desejo deste Conselho considerar com todo o respeito as modalidades de Futebol e de Futsal. Neste caso objectivo é de todo o interesse, através do trabalho de conseguir novos árbitros, criarmos um Quadro de Árbitros para cada modalidade. Sabemos do crescimento de Clubes na prática da modalidade de Futsal, mas este factor também se deve á parte económica de Clubes de Futebol que vieram a abdicar desse sector, para preferirem o Futsal. Verdade se diga que existe uma vontade de colectividades quererem entrar no Futsal o que efectivamente irá trazer maior esforço do Conselho de Arbitragem para responder a esta forte e crescente variante. Estamos com alguma boa capacidade de resposta a este crescimento, numa actividade que apareceu como Futebol de Salão e, hoje dinamizou-se de tal forma que tem uma força de atracção e desenvolvimento de grande competição.
Quer nível Nacional, quer a nível Distrital, os nossos árbitros tem vindo a demonstrar grandes potencialidades, que nos orgulha e nos dá a certeza de responder com êxito aos desafios.
Quais são os grandes objectivos deste Conselho de Arbitragem para a próxima época?
Os nossos objectivos não diferem do que até agora temos vindo a procurar inserir na Arbitragem em geral, que é a luta por conseguir que os nosso árbitros estejam á altura das competições da AFA, as quais neste momento têm já e desde há alguns anos a esta parte uma forte qualidade, especialmente no Futebol Sénior, onde se pratica a modalidade com uma caria de nível acentuado. É ainda nosso desejo corresponder melhor ao Futebol Jovem, mas nem sempre conseguimos atingir esse fim devido á falta de árbitro, motivado pelas saídas para a FPF ou mesmo por numero insuficiente nos Quadros Regionais. Também era nossa desejo deixar definitivamente de termos de faltas aos jogos de Juvenis e Iniciados e especialmente de Futebol de Sete, mas aqui temos de contar com a boa prestação dos árbitros, que ao faltarem aos jogos estão a despersonalizar a sua função que aceitaram com lealdade e devoção pela causa.
Pensamos fazer um nosso Curso de Árbitros e seleccionar o problema dos Jovens, o futuro da Arbitragem que passa por novos interessados.
Apesar de termos trabalhado com um elemento a menos toda a época, o qual veio a falecer, este Conselho não deixou de estar em actividade com respeito e empenho á causa, pelos seus filiados.
Desde já a Administração agradece a sua disponibilidade para responder ás nossa perguntas. E agradecemos também o excelente trabalho que está a fazer no Conselho de Arbitragem.
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