sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Opinião: O árbitro no fenómeno futebolistico


O árbitro cumpre homologar os resultados dos jogos e avaliam se as acções dos jogadores, treinadores, dirigentes decorrem de modo conforme com aquilo que dita uma correcta interpretação do espírito das leis de jogo.
O relacionamento com os treinadores e jogadores assenta no reconhecimento prévio e absoluto da autoridade de que estão investidos - que não o seu autoritarismo - e também no entendimento de que os jogadores e os treinadores competem sob um determinado estado de tensão psicológica que aqui e ali se manifesta de modo mais expansivo.

Nomeadamente, um árbitro com autoridade não é um árbitro que vigia policialmente treinadores e jogadores, numa procura constante de demonstrar o seu autoritarismo.
O árbitro requer uma necessária sensibilidade pedagógica para ter permanentemente uma atitude interpretativa das regras que lhe permita a definição de um critério de intervenção o mais coerente possível com o espírito que presidiu á sua elaboração, tornando-se decisivo que procure entender previamente a intencionalidade nelas subjacente de melhoria das condições em que actua e de eliminação gradual das muitas subjectividades interpretativas a que as suas decisões estam sujeitas.

Assim, ao árbitro pertence aplicar as leis de jogo com critério, interpretando-as em função do espírito de jogo que presidiu á sua definição. Um árbitro não é um aplicador das leis, é sim um condutor do jogo cujas decisões necessitam ser coerente durante toda a sua actuação.
Um bom árbitro, habitualmente reconhecido por jogadores e treinadores, é aquele que na "nossa casa" sabemos que não nos "dará nada", mas que fora também jámais "nos traia" o quer que seja!
O melhor árbitro é aquele que é aceite por todos os intervenientes de um jogo antes de ele ter inicio, ou seja, o que recebe maior aval de credibilidade por parte dos intervenientes do jogo.

O árbitro deve julgar a infracção, e não a intenção do jogador. Sancionar a que vê, e não o que pensa ter visto! Um dos maiores segredos de um bom árbitro , reside na sua capacidade de aplicar uma arbitragem preventiva.

Um árbitro, ao contrário da vontade expressa pelos jogadores, dirigentes, treinadores e pelos clubes, surge como elemento estranho e independente, investido de poderes discricionários que lhe dão total independência na aplicação das leis, sem que tenha de pensar na vitória de qualquer um dos clubes.

Ser árbitro é, para os que vão ver ganhar, ser alvo de protestos daqueles que comungam com a equipa penalizada pela decisão do árbitro! Logo que o árbitro intervém para fazer respeitar as leis de jogo, há sempre uma equipa penalizada, há sempre protestos! Ser árbitro é estar metido numa lareira para onde todos atiram lanha.

Por Cristiano Pires

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