terça-feira, 28 de setembro de 2010

Os erros de Xistra no dérbi da Luz na opinião do Observador

O desempenho de Carlos Xistra, no recente jogo entre Benfica e Sporting, foi avaliado pelo observador Amílcar Ventura com nota 3,3 (satisfatório), numa escala de 1 a 5. Ao árbitro de Castelo Branco é apontada como principal falha a marcação da falta de Fábio Coentrão sobre Liedson. Como pode ler-se no relatório do observador, a que Record teve acesso, o cartão devia ter sido mostrado ao avançado leonino e não ao polivalente jogador das águias.

O lance em causa aconteceu aos 44 minutos do encontro, realizado no dia 19 deste mês. Liedson, já no meio-campo dos encarnados, procurava isolar-se, quando Coentrão surgiu-lhe ao caminho. Apesar do gesto com a perna esquerda, o camisola 18 benfiquista não tocou no avançado, que caiu no relvado. Xistra, de 36 anos e que dirigia o seu primeiro dérbi lisboeta, assinalou falta e mostrou o cartão amarelo a Coentrão.

“Em jogada disputada no flanco esquerdo do ataque da equipa B [Sporting], pelo seu n.º 31 e n.º 18 adversário, o árbitro puniu a equipa A [Benfica] com um pontapé livre direto, quando o seu jogador não cometeu qualquer infração”, pode ler-se no relatório de Amílcar Ventura, antigo árbitro de 2.ª categoria, de Leiria.

Feito o reparo técnico, o observador do encontro entre Benfica e Sporting centra-se no aspeto disciplinar, escrevendo que “foi incorretamente exibido o cartão amarelo” ao internacional português do Benfica. “A haver sanção disciplinar, seria para o n.º 31 de B por simular ter sofrido uma falta, levando o árbitro a exibir o cartão amarelo ao adversário.”

Yannick e Amorim

Há outros dois lances mencionados pelo observador, os quais, no entanto, não merecem contestação. O primeiro é o protesto de Yannick junto do assistente Alfredo Braga, após lhe ter sido marcada falta, aos 22 minutos. Xistra repreendeu verbalmente o atacante do Sporting. “Apesar da punição disciplinar requerer exibição do cartão amarelo, admitimos o procedimento”, condescende Amílcar Ventura.

Já aos 71 minutos, Ruben Amorim, que substituíra Pablo Aimar ao intervalo, controlou a bola com a mão junto da linha lateral. O futebolista do Benfica não foi punido, o que mereceu a concordância do observador. “Foi boa a decisão”, é sublinhado no documento, uma vez que aquele procedimento “não se enquadra nas jogadas puníveis disciplinarmente”.

O duelo entre arquirrivais, cujo grau de dificuldade foi classificado como “normal”, decorreu “num relvado excelente e com boas condições atmosféricas”. Para quem teve por missão avaliar Xistra, “foi por vezes disputado com intensidade, decrescendo de ritmo à medida que o resultado ficou mais definido”, destacando que o comportamento dos jogadores “foi por vezes quezilento”, embora sem “excessos significativos”. Ainda assim, sublinha a “postura correta” de espectadores e técnicos.

Em síntese, o árbitro albicastrense realizou “prestação de nível satisfatório, controlando a partida nos aspetos técnicos mais evidentes”, defendendo “a integridade física dos jogadores” e decidindo “corretamente nos lances nas proximidades das áreas de grande penalidade”. No entanto, o “critério apertado” utilizado não passou despercebido a Amílcar Ventura.

In:Record

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