segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pedro Oliveira é o Árbitro da Semana


O Árbitro desta semana é Pedro Jorge Teixeira Dias Machado de Oliveira , nasceu a 15 de Abril de 1986, tem 24 anos, é natural de Braga e é estudante.


Quando inicias-te a actividade e qual o teu percurso?
Realizei o meu primeiro jogo em Maio de 2003, um jogo de juniores ainda da época 2002/2003 como árbitro assistente. Mas a minha primeira época foi a de 2003/2004.



O que te levou a ser árbitro?
Acho que foi por um misto de teimosia e curiosidade, andava eu no 11º ao quando estava a participar num torneio de futsal na escola e houve um jogo em que quase me obrigaram a apitar. Só que como as coisas não correram lá muito bem, também porque não percebia nada daquilo. Até que um dia vi lá na escola um cartaz a publicitar o curso de árbitros de Futebol 11 e eu não hesitei. Queria aprender, queria saber mais sobre aquilo que durante uma hora de futsal me tinha dado tantas dores de cabeça. Conversei com o meu pai, que definitivamente não é um adepto de futebol e aproveitei o facto da Associação de Futebol de Braga ser mesmo em frente á minha casa e lá fui eu inscrever-me no curso. Mais tarde vim a descobrir que o jogador que mais me tinha chateado naquele jogo de futsal, era também árbitro.

O que esperas ainda da arbitragem para o teu futuro?
Infelizmente acordei um bocado tarde para a necessidade de trabalhar a sério na arbitragem. Na necessidade de estudar, treinar e preparar os meus jogos. Mas espero que com muita dedicação e humildade vá podendo evoluir cada vez mais quer a nível competitivo, quer a nível de desenvolvimento pessoal. Mas ainda sou jovem e tenho o sonho de chegar ao topo e dar um grande contributo á arbitragem.

Como vês a evolução da arbitragem Algarvia e o que alteravas para a melhorar se for esse o caso?
Acho que existem excelentes condições de trabalho para os árbitros no Algarve. Os jogos realizam-se quase todos em campos com boas condições, existem espaços para treinarmos e temos acções de formação e formadores com qualidade. Penso que o factor que pode atrasar a evolução da Arbitragem no Algarve é o tratamento e o acompanhamento que se dá aos jovens árbitros. Estes são o futuro da arbitragem e são estes que num espaço de 10 anos ou menos estarão a representar o Algarve a todos os níveis, portanto é necessário que sintam segurança e que aprendam o mais possível com árbitros experientes e de qualidade, no inicio da sua caminhada. O que não tem acontecido. Existe uma abertura para que árbitros cada vez mais jovens tirem o curso, mas depois não há o cuidado em se escolher uma boa equipa para os inserir, não há o cuidado de os mandar acompanhados por um árbitro mais experiente para observar os seus jogos de Futebol de 7 e claro que questão da fiscalidade em Portugal não ajuda em nada os nossos jovens árbitros, pois qualquer dia caímos no ridículo de pagar para apitar.


Como vês a evolução da arbitragem Portuguesa no cenário nacional e internacional?
Penso que temos cada vez melhores árbitros a nível nacional. Fruto da cada vez melhor preparação e fruto da consciencialização por parte dos árbitros do maior nível de exigência das competições nacionais que leva a que o árbitros sintam necessidade de se prepararem melhor para poderem estar ao nível físico e técnico exigido. Portanto, acho que com o devido apoio dos clubes nacionais e das entidades competentes, podemos ver os árbitros portugueses cada vez mais nas grandes competições internacionais e nas grandes finais, o que deixa de ser um motivo de orgulho nacional.

Até hoje qual foi o acontecimento que mais marcou a tua carreira?
Sempre que ponho o pé dentro de campo é um momento especial para mim, pois tiro um grande prazer de todos os jogos que faço. Mas guardo com grande carinho o meu primeiro jogo como árbitro assistente em Braga e o primeiro jogo que apitei. No Algarve guardo também com carinho a primeira vez que apitei um jogo entre equipas da 1º Divisão no Algarve, o Guia x Aljezurense para a Taça do Algarve e também a Final da Taça do Algarve de 2009 como árbitro assistente.

É fácil conciliar-se a vida de árbitro com a vida familiar?
Quem corre por gosto não se cansa. A minha família e a minha namorada percebem porque é que sou uma pessoa ausente praticamente todos os fim-de-semana, ou então porque ao final da tarde tenho de desaparecer por umas horinhas para ir treinar, sabem que o faço por gosto e pela ambição de me tornar cada vez um árbitro melhor. Apesar de às vezes estar no quentinho da cama e ter que acordar bem cedo para enfrentar condições climatéricas bastante complicadas, custa bastante.

Que mensagem gostarias de deixar a todos os que passam pelo blogue?
Para aqueles que são árbitros, que continuem a trabalhar para podermos evoluir e dignificar cada vez mais a nossa actividade. Para aqueles que não são árbitros, que apoiem os árbitros, que compreendam o futebol se eduquem nas Leis do futebol e na pratica da arbitragem para podermos perceber cada vez mais sobre a nossa causa que é o futebol.

O "ArbitragemAlgarvia" agradece ao Pedro a disponibilidade para esta entrevista e deseja-lhe a continuação de uma excelente época.

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