Na sequência dos incidentes de violência ocorridos em alguns jogos de futebol e de futsal no distrito de Setúbal, os seis Núcleos de Árbitros de Futebol do Distrito de Setúbal (Academia de Futsal, Almada-Seixal, Barreiro, Pinhal Novo, Santiago do Cacém e Setúbal), emitiram um comunicado, no início deste mês, onde consideram que a onda de violência contra os árbitros, tem vindo a crescer “desde a passada época desportiva, ocorreram, já esta época, durante vários fins-de-semana seguidos, bárbaras agressões físicas a Árbitros de Futebol que actuam nas Competições da Associação de Futebol de Setúbal”.
No comunicado divulgado pode ler-se ainda que “esta vergonhosa e criminosa atitude de alguns Agentes Desportivos ligados aos Clubes desportivos do Distrito, algumas das quais “nas barbas” da autoridades policiais, constitui um atentado ao respeito e à segurança e vida dos Árbitros, total e veementemente repudiado por toda a sociedade e é tanto mais inaceitável quanto os Árbitros são, dentro do Campos de Futebol e Pavilhões, pessoas totalmente indefesas”.
Com este comunicado os seis Núcleos de Árbitros de Futebol do Distrito de Setúbal pretendem “ vir a sensibilizar quer os Agentes desportivos activos do Futebol, os Jogadores, Treinadores, quer os Dirigentes dos Clubes e da Associação de Futebol de Setúbal quer as várias massas de adeptos dos Clubes no sentido de respeitarem o trabalho dos Árbitros e convidá-los a resolver os eventuais divergências com os Árbitros no seio das instituições do Futebol”.
Apelo às autoridades desportivas
Os Núcleos de Árbitros de Futebol entendem que devem de apelar às autoridades desportivas “no sentido de as decisões disciplinares contra os agressores sejam céleres e eficazes, e de criarem normativos regulamentares que contribuam, decisivamente, para a erradicação da violência, nomeadamente a perda de pontos desportivos e, ainda, a obrigatoriedade de que todos os jogos de Clubes agressores de Árbitros tenham policiamento pago por esse Clube”.
No comunicado pode ainda ler-se que “é exigível que as autoridades policiais que presenciem agressões a Árbitros efectuem a imediata detenção dos agressores, já que, após a revisão de 2007 do Código Penal (artigos 132 n.º 2, al. l) e 145 n.º 2), a detenção em “flagrante delito” de um agressor de um Árbitro, no exercício da sua função, deixou de depender da queixa, ou acusação particular, deste (artigos 255 e 256 do Código do Processo Penal)”.
Acrescentam ainda que “os Árbitros desde já afirmam publicamente que estão, como sempre têm estado, disponíveis para estabelecer ‘canais de diálogo’ com todas as instituições do Futebol, a bem deste.
Medidas de salvaguarda
Os núcleos consideram ainda que se, se mantiver “esta ‘onda’ de agressões nas competições da AFS tomarão as necessárias medidas de salvaguarda da sua dignidade, segurança e integridade física e, poderão deixar de estar, de modo colectivo e universal, disponíveis para actuar em todas as competições da AFS e em relação a todos os Clubes”, concluem.
A APAF – Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, subscreve o comunicado emitido e solidariza-se com os Núcleos de Árbitros do Distrito de Setúbal e com os árbitros, colocando-se à sua disposição para as acções que os núcleos entenderem levar a cabo.
Recorda-se que, por exemplo, no Campeonato Distrital da 1ª Divisão dois jogos onde o Olímpico do Montijo jogava não terminaram. Um devido à agressão do árbitro no jogo com o Grandolense, outro porque a equipa do Comércio Indústria abandonou o campo devido ao descontentamento com a equipa de arbitragem. Até à data ainda não foram conhecidos os desfechos destes casos.
0 comentários:
Enviar um comentário