quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Rui Teixeira é o Árbitro da Semana

O Árbitro desta semana é Rui Miguel Mascarenhas Teixeira, nasceu a 16 de Março de 1984, tem 26 anos e é natural de França. Rui tem a profissão de Vigilante.

Quando inicias-te a actividade e qual o teu percurso?
Iniciei a actividade de árbitro na época 2009/2010 como árbitro estagiário tendo na presente época ascendido á 1ªB.

O que te levou a ser árbitro?
Desde adolescente sempre tive o maior respeito e admiração pelos “homens de negro”, apito na boca e bandeirolas nas mãos quando via os jogos de futebol, sendo os mesmos sempre alvo de enorme pressão quer da parte de jogadores, dirigentes e comunicação social. Aos 20 anos tentei informar-me de como tirar o curso mas ao telefone para minha surpresa incentivaram-me a não o fazer, isso aliado a não conhecer ninguém do meio fez-me perder um pouco o “bichinho” pela arbitragem. Felizmente em 2007 conheci o meu amigo e colega João Pedro Ferreira o qual encorajou-me a tirar o curso e em boa hora o fiz, agradeço-lhe por isso.

O que esperas ainda da arbitragem para o teu futuro?
Espero que a arbitragem ainda me dê muita coisa, principalmente experiência, conhecimento e fibra para que a médio prazo consiga chegar mais além e atingir o objectivo que no meu interior tenho traçado. Espero também poder não só receber mas igualmente dar algo para a arbitragem o que passa por primeiramente representar e dignificar honrosamente a associação que represento ( AF Algarve ).

Como vês a evolução da arbitragem Algarvia e o que alteravas para a melhorar se for esse o caso?
É inegável que o Algarve possui jovens valores, alguns já afirmados, outros que certamente com o tempo também o farão, infelizmente denota-se que não existe uma sucessão como comprovei na ultima acção de aperfeiçoamento composta por provas físicas e escritas onde denotei a ausência de árbitros jovens. Certamente tal facto também se deve muito em parte devido a relações de fiscalidade, assunto já mais que propalado entre a classe que faz com que esses mesmos jovens desmobilizem.



Como vês a evolução da arbitragem Portuguesa no cenário nacional e internacional?
Apitar em Portugal não é fácil, ser-se reconhecido também não, mas isso faz parte da cultura mediterrânica na qual nos inserimos, penso que por essas adversidades que poderiam tornar os árbitros frágeis acontece exactamente o contrário, torna-os mais fortes psicologicamente e capacitados para estarem presentes em jogos e ambientes adversos, comprovando isso mesmo vemos que a arbitragem portuguesa se encontra no top ten no panorama mundial, para que tal aconteça isso passa também por haver bastante qualidade a nível interno, tendo em conta que o erro está sempre presente e que o próprio jogo é isso mesmo, um jogo de erro, vence quem menos erra.

Até hoje qual foi o acontecimento que mais marcou a tua carreira?
Felizmente o gosto que tenho pela arbitragem permite-me afirmar que sempre que entro em campo quer num jogo de camadas jovens, seniores a nível regional ou nacional é uma nova experiência que me marca sempre de alguma forma, contudo posso confessar que muito recentemente num jogo de seniores da III Divisão após o seu termino a equipa de arbitragem foi calorosamente cumprimentada por todos os jogadores e equipa técnica de ambas as equipas, sendo que depois de os jogadores já terem recolhido aos balneários e nós a caminho dos mesmos fomos carinhosa e efusivamente aplaudidos de pé por todo o publico presente, situação não muito comum no mundo do futebol.

É fácil conciliar-se a vida de árbitro com a vida familiar?
Sinceramente acho que não é difícil desde que o trabalho como no meu caso seja moldável em termos de hórarios, depois é saber equilibrar o tempo entre família, namorada, amigos e os jogos aos fins de semana, falando em amigos e jogos quero aqui aproveitar e não poderia jamais deixar de o fazer de demonstrar o meu orgulho e satisfação de todos os fins de semana entrar em campo com duas pessoas fantásticas e humildes que muito já me ensinaram e certamente o continuarão fazer, aqui fica o meu forte abraço e obrigado aos meus amigos e árbitros Fernando Ferreira e Sérgio Piscarreta. Quero também deixar uma palavra de apreço ao Presidente do CA o Sr Matos por tantos anos dedicados á causa do futebol algarvio defendendo e apoiando sempre e da maneira possível os árbitros.

Que mensagem gostarias de deixar a todos os que passam pelo blogue?
Antes de responder a isso devo pessoalmente congratular os administradores do blogue pois sei o quão difícil é geri-lo, quanto á questão colocada digo que todos os que por aqui passam devem divulga-lo pois contem sempre bastante informação útil e os que o usam utilizem-no de forma educada e civilizada o que infelizmente sei que não acontece por vezes sendo arma de arremesso por pessoas provavelmente frustradas que se escondem cobarde e anonimamente atrás de um ecrã de computador e um teclado para fazer ataques gratuitos a pessoas e instituições. Um bem haja a todos os leitores e cibernautas.

O "ArbitragemAlgarvia" agradece ao Rui a disponibilidade para esta entrevista e deseja-lhe uma excelente época.

0 comentários: