Observador Liga: 1.º classificado
ANDRELINO Cabrita PENA
57 anos
Natural de Castro Marim
Início da actividade: 1977/78
Esperava terminar a época no topo da classificação?
O primeiro lugar deu-me muita alegria, é prestigiante, valoriza qualquer currículo pessoal, mas não constituiu de todo uma surpresa. Ao atingir nas duas últimas épocas excelentes classificações, segundo e terceiro lugares, respectivamente, ao saber que tinha feito uma boa época e que era dos observadores menos penalizados, ao conseguir ser o observador a quem a Comissão de Arbitragem confiou a missão de observar mais jogos (24), sentia que o topo da classificação podia surgir a qualquer momento.
Quais foram, na sua opinião, os factores determinantes do sucesso alcançado?
Conhecendo o sector da arbitragem, fruto de 35 anos ligados a esta nobre causa, há três anos, quando fui promovido ao quadro da primeira categoria nacional, interiorizei que não podia ser só mais um no quadro.
Sentia necessidade de agir de forma diferente, com mais perspicácia, audácia e inovação, para poder ter algum sucesso. Partindo desses princípios, esforcei-me por desenvolver técnicas de observação, dar qualidade à mensagem nos conteúdos dos relatórios, ser pedagógico e fazer entender essa mensagem, conseguir criar padrões de observação e acima de tudo, conseguir decifrar os objectivos pretendidos pela Comissão de Arbitragem, ir ao seu encontro, valorizando assim o desempenho de cada um e contribuindo para a credibilização do sector. Fui consolidando estas orientações, sentia que estava no caminho certo e que a minha postura ia de encontro ao pretendido, pelo que o sucesso alcançado este ano assenta em todo um trabalho pensado, esquematizado e contínuo.
Quais as principais dificuldades que se deparam a um observador de futebol?
São inúmeras e destaco as mais importantes: somos colocados num camarote, muitas vezes a longas distâncias do relvado, quando o ideal seria estarmos perto deste, a um nível relativamente superior
ao mesmo. Noutro prisma, de hoje em dia, os lances são extremamente rápidos, os atletas são cada vez mais tecnicistas, pelo que a análise de determinados lances reveste-se de enorme dificuldade, ficando muitas vezes o observador, sem saber o que fazer sobre determinadas decisões, não podendo esquecer que está a avaliar
e que a sua interpretação vai seguramente afectar negativamente ou positivamente terceiros.
Concorda com o anunciado recurso a imagens televisivas para classificar os árbitros?
Concordo plenamente com o anunciado recurso a imagens televisivas para classificar os árbitros desde que elas integrem sempre um projecto dentro dos moldes que veio a público. Nunca concordarei sobre uma classificação efectuada exclusivamente pelos meios audiovisuais. Nos últimos anos os observadores do
Algarve nos escalões profissionais têm alcançado classificações prestigiantes.
Como se justifica esse sucesso?
Ao contrário do que acontece com outras associações, os observadores do Algarve que integram o quadro da primeira categoria nacional são pessoas com mais de 30 anos de ligação ao ao sector, com muita
experiência e muita competência. Assim sendo, quando as pessoas estão habilitadas e dotadas de capacidades para o exercício da função, as boas classificações surgem com naturalidade.
O Algarve esteve vários anos sem representantes na categoria máxima da nossa arbitragem mas na próxima época volta a contar com um árbitro no quadro de topo. Isso é importante para a região?
A presença de um ou mais árbitros no escalão máximo da arbitragem nacional, trás sempre prestígio, é sempre uma mais valia para a região que representa e o Algarve não foge à regra.
In:Revista AFAlgarve
0 comentários:
Enviar um comentário