Os 25 árbitros de futebol da primeira categoria portuguesa preparam-se como autênticos atletas profissionais, para correr oito a 10 quilómetros por jogo e errar o menos possível quando dão uso ao apito ou deixam de o fazer.
No topo das aptidões físicas exigidas aos juízes lusos está a necessidade terminar cada jogo numa forma aceitável, o que requer trabalho anterior de resistência, flexibilidade e coordenação, velocidade e força e também agilidade.
Para isso, os árbitros são aconselhados a dedicar, pelo menos, três horas de treino à preparação física em dois treinos semanais (terças e quintas feiras) e realizem exercícios de recuperação física em ginásio (às segundas e quartas).
Actualmente, a Liga dispõe de oito centros de treino em vários pontos do país (Braga, Porto, Luso, Lisboa, Funchal, Setúbal, Leiria e Portalegre) para a preparação dos juízes lusos, sendo desejável que a condição física permita que, antes dos jogos, realize exercícios de aquecimento, durante 15 a 20 minutos, com a indicação que a pulsação esteja entre os 150 e os 160 batimentos cardíacos por minuto.
Estes valores fisiológicos são avaliados durante os treinos, através da utilização de medidores de frequência cardíacos para avaliação do coordenador da preparação física dos árbitros da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), João Dias, mas podem ser influenciados pela envolvência de cada jogo.
Os estádios, as equipas, os jogadores e os dirigentes são diferentes, mas a missão do árbitro são imutáveis, daí que seja condição essencial que o juiz revele fortes capacidades mentais e psicológicas, para dominar stress, ansiedade e conseguir adoptar uma postura de liderança em casos de tensão, mantendo sempre a motivação, a atenção e a concentração e consiga recuperar de qualquer adversidade, sem que seja beliscada a sua auto-confiança.
Qualquer destas características deve sustentar-se num conhecimento adequado das leis do jogo, dos regulamentos das competições, mas também das componentes técnicas e tácticas do futebol, para melhor interpretar e aplicar as leis.
As capacidades relacionais e comunicacionais também são valorizadas, sendo fundamental que os árbitros dominem várias línguas, não só para arbitrar jogos internacionais mas também, devido à proliferação de jogadores de diversas nacionalidades nas competições internas.
Entre a equipa de arbitragem a comunicação está facilitada, desde 2007/08, com a utilização do sistema de comunicação através de auriculares entre o árbitro, os seus assistentes e o quarto árbitro para apoiar o chefe de equipa.
Para a época de 2010/11, a LPFP reservou 310 mil euros para a formação dos árbitros, através de cursos, um psicólogo e preparadores-físicos, e garante a cada equipa de arbitragem uma viatura com motorista para a deslocação para os jogos.
Além das avaliações técnicas, por parte dos observadores, e retóricas, de comentadores, os árbitros são ainda sujeitos a dois testes escritos por época, com 20 perguntas de resposta múltipla sobre as leis do jogo e regulamentação específica da competição.
A componente física é aferida em dois momentos da temporada, para testar a rapidez – exige-se que os árbitros façam seis “sprints” de 40 metros em seis segundos – e a resistência – devem conseguir percorrer 20 vezes 150 metros num máximo de 30 segundos, seguidos de 50 metros a andar em 35 segundos ou menos.
Tanto o jovem estudante universitário Hélder Malheiro, de 30 anos, como o professor de Educação Física Elmano Santos, de 44, têm de cumprir estes requisitos para integrar o quadro de árbitros da LPFP, cuja média de idades é de 35,48 anos.
In: SapoDesporto
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